Os métodos
de sabotagem institucionais e pró-MPLA de actividades políticas da oposição
atingiram o seu ponto mais caricato com a destruição de duas pontes para
impedir a travessia de uma caravana de cerca de 150 militantes da CASA-CE, na
província do Huambo.
Testemunhas oculares, que constituíram o grupo de avanço da delegação da CASA-CE, viram o comandante municipal do Ukuma, superintendente Jorge Balú “Sankara”, munido de uma moto-serra, a serrar a ponte, enquanto um cidadão chinês o auxiliava com uma marreta. A ponte de troncos e pranchas de madeira, sobre o rio Capraia, que liga a sede municipal do Ukuma à comuna sede da Cacoma, foi assim destruída no Domingo passado, 25 de Agosto.
Os militantes da CASA-CE deveriam juntar-se a partidários seus, na Cacoma, para um acto político de massas, entretanto frustado pela destruição da ponte.
“O comandante estava trajado a civil, de camisola e chapéu a cowboy e, a princípio, julgámos que se tratava apenas de um cidadão. Mal ele viu-nos [com a aproximação da caravana da CASA-CE] entregou a moto-serra ao chinês. Eu fui ter com ele e perguntei-lhe porquê estava a destruir a ponte”, explicou o secretário provincial da CASA-CE, Pedro Cosengue.
Segundo depoimentos de vários membros da CASA-CE, o superintendente Sankara tinha, como testemunhas do seu acto, o secretário-adjunto comunal do MPLA e o soba Kamutale do Longongo Alto. Também mantinha, a uma certa distância, uma escolta de dois agentes policiais.
Fonte da administração municipal do Ukuma, contactada por Maka Angola, confirmou a iniciativa do superintendente Sankara, de destruição pessoal da ponte, mas como um acto de reabilitação. “O comandante é amigo do administrador da Cacoma, que lhe contratou para reabilitar a ponte”, disse a fonte, que prefere o anonimato.
“Não posso confirmar que o nosso comandante seja empreiteiro. Cada um pode encontrar outras alternativas de ganhar a vida, mas com o tipo de funções que ele exerce deveria ter tido mais cuidado. Quando ele viu a caravana da CASA-CE a aproximar-se, ele deveria ter-se escondido na mata. Infelizmente deixou-se surpreender. É tudo”, afirmou o alto funcionário da administração local.
Outro dirigente da administração do Ukuma, que pediu para não ser identificado, confirmou que o comandante Sankara tem utilizado a única viatura do comando municipal para transportar materiais de construção e os seus trabalhadores privados para as suas obras. “O comandante municipal da Polícia Nacional está a construir uma escola no Mundundo, como empreiteiro contratado pelo Estado, mas aqui ninguém sabe como se chama a sua empresa”, disse o dirigente.
Momentos após a abordagem do comandante pelos líderes da caravana, a viatura policial que serve de patrulheiro e carro de obras, irrompeu no local, com oito efectivos fortemente armados, para assegurar a protecção do seu comandante, o superintende Jorge Balú “Sankara”.
No entanto, quando a CASA-CE solicitou ao comando municipal da Polícia Nacional, antes da sua partida da vila de Ukuma, escolta policial para o acompanhamento da sua actividade, o oficial de serviço informou a delegação sobre a falta de viaturas e efectivos para o efeito.
A poucos quilómetros do local da ponte destruída, uma outra ponte, esta sobre o Rio Sachingongo, foi também inutilizada.
“O homem havia retirado os troncos e madeiras, mas como também precisaria passar outra vez pelo local, tinha guardado os troncos junto à estrada. Reabilitámos a ponte e passámos”, disse Pedro Cosengue.
Constituída por nove viaturas e várias motorizadas, a caravana da CASA-CE levou perto de uma hora para repor a ponte, mas uma das suas viaturas não pôde atravessar devido à sua baixa suspensão.
“Um jovem avisou-nos imediatamente sobre o autor do crime. O jovem disse-nos: ´Há um tio que fez isso e está a serrar a ponte mais à frente’. Longe de imaginarmos que era o próprio comandante municipal da Polícia Nacional”, lamentou o político.
Por sua vez, o secretário municipal da CASA-CE no Ukuma, Deódenes Moma, salientou que havia uma passagem alternativa para a Cacoma, a vários metros da ponte serrada, mas esta tinha sido propositadamente bloqueada por um camião-basculante. “Quando nos retirámos do local e regressámos à procedência, o chinês levou o seu camião e passou a haver a circulação de através da ponte alternativa”, referiu.
A Impunidade do Comandante
O melhor retrato que se pode apresentar do superintendente Jorge Balú “Sankara” é espelhado no tratamento que reservou a um subordinado seu, em Maio passado, que teve uma altercação com a esposa. O comandante ordenou a dois agentes, Bento e Arão, a imobilização do agente Armando Chilandala, que foi obrigado a deitar-se no chão, estirado. O agente Bento pisou-o na cabeça, enquanto o agente Arão agarrou os pés de Armando Chilandala.
Tendo por audiência os efectivos do comando municipal, o comandante Sankara tratou de surrar o agente Chilandala com uma mangueira de água, enquanto o ia molhando para causar maior dor. Ninguém impediu a brutalidade do chefe.
O referido oficial é bastante conhecido pelos seus métodos medievais de espancamento. Em Janeiro passado, o comandante Sankara zurziu as nádegas molhadas de um cidadão, conhecido apenas por Zé, que até à data presente se queixa de dores.
“Esse oficial é tão bruto que, quando ele está de serviço, não fica no gabinete, mas faz de oficial de dia para tratar pessoalmente das queixas e espancar quem ele julga ter culpa, ali mesmo na unidade”, reclamou um agente.
Maka Angola tentou, sem sucesso, contactar pessoalmente o comandante Sankara. Todavia, soube junto do comando provincial do Huambo, que as queixas apresentadas contra o comandante municipal do Ukuma foram ignoradas pelo departamento provincial de inspecção.
Testemunhas oculares, que constituíram o grupo de avanço da delegação da CASA-CE, viram o comandante municipal do Ukuma, superintendente Jorge Balú “Sankara”, munido de uma moto-serra, a serrar a ponte, enquanto um cidadão chinês o auxiliava com uma marreta. A ponte de troncos e pranchas de madeira, sobre o rio Capraia, que liga a sede municipal do Ukuma à comuna sede da Cacoma, foi assim destruída no Domingo passado, 25 de Agosto.
Os militantes da CASA-CE deveriam juntar-se a partidários seus, na Cacoma, para um acto político de massas, entretanto frustado pela destruição da ponte.
“O comandante estava trajado a civil, de camisola e chapéu a cowboy e, a princípio, julgámos que se tratava apenas de um cidadão. Mal ele viu-nos [com a aproximação da caravana da CASA-CE] entregou a moto-serra ao chinês. Eu fui ter com ele e perguntei-lhe porquê estava a destruir a ponte”, explicou o secretário provincial da CASA-CE, Pedro Cosengue.
Segundo depoimentos de vários membros da CASA-CE, o superintendente Sankara tinha, como testemunhas do seu acto, o secretário-adjunto comunal do MPLA e o soba Kamutale do Longongo Alto. Também mantinha, a uma certa distância, uma escolta de dois agentes policiais.
Fonte da administração municipal do Ukuma, contactada por Maka Angola, confirmou a iniciativa do superintendente Sankara, de destruição pessoal da ponte, mas como um acto de reabilitação. “O comandante é amigo do administrador da Cacoma, que lhe contratou para reabilitar a ponte”, disse a fonte, que prefere o anonimato.
“Não posso confirmar que o nosso comandante seja empreiteiro. Cada um pode encontrar outras alternativas de ganhar a vida, mas com o tipo de funções que ele exerce deveria ter tido mais cuidado. Quando ele viu a caravana da CASA-CE a aproximar-se, ele deveria ter-se escondido na mata. Infelizmente deixou-se surpreender. É tudo”, afirmou o alto funcionário da administração local.
Outro dirigente da administração do Ukuma, que pediu para não ser identificado, confirmou que o comandante Sankara tem utilizado a única viatura do comando municipal para transportar materiais de construção e os seus trabalhadores privados para as suas obras. “O comandante municipal da Polícia Nacional está a construir uma escola no Mundundo, como empreiteiro contratado pelo Estado, mas aqui ninguém sabe como se chama a sua empresa”, disse o dirigente.
Momentos após a abordagem do comandante pelos líderes da caravana, a viatura policial que serve de patrulheiro e carro de obras, irrompeu no local, com oito efectivos fortemente armados, para assegurar a protecção do seu comandante, o superintende Jorge Balú “Sankara”.
No entanto, quando a CASA-CE solicitou ao comando municipal da Polícia Nacional, antes da sua partida da vila de Ukuma, escolta policial para o acompanhamento da sua actividade, o oficial de serviço informou a delegação sobre a falta de viaturas e efectivos para o efeito.
A poucos quilómetros do local da ponte destruída, uma outra ponte, esta sobre o Rio Sachingongo, foi também inutilizada.
“O homem havia retirado os troncos e madeiras, mas como também precisaria passar outra vez pelo local, tinha guardado os troncos junto à estrada. Reabilitámos a ponte e passámos”, disse Pedro Cosengue.
Constituída por nove viaturas e várias motorizadas, a caravana da CASA-CE levou perto de uma hora para repor a ponte, mas uma das suas viaturas não pôde atravessar devido à sua baixa suspensão.
“Um jovem avisou-nos imediatamente sobre o autor do crime. O jovem disse-nos: ´Há um tio que fez isso e está a serrar a ponte mais à frente’. Longe de imaginarmos que era o próprio comandante municipal da Polícia Nacional”, lamentou o político.
Por sua vez, o secretário municipal da CASA-CE no Ukuma, Deódenes Moma, salientou que havia uma passagem alternativa para a Cacoma, a vários metros da ponte serrada, mas esta tinha sido propositadamente bloqueada por um camião-basculante. “Quando nos retirámos do local e regressámos à procedência, o chinês levou o seu camião e passou a haver a circulação de através da ponte alternativa”, referiu.
A Impunidade do Comandante
O melhor retrato que se pode apresentar do superintendente Jorge Balú “Sankara” é espelhado no tratamento que reservou a um subordinado seu, em Maio passado, que teve uma altercação com a esposa. O comandante ordenou a dois agentes, Bento e Arão, a imobilização do agente Armando Chilandala, que foi obrigado a deitar-se no chão, estirado. O agente Bento pisou-o na cabeça, enquanto o agente Arão agarrou os pés de Armando Chilandala.
Tendo por audiência os efectivos do comando municipal, o comandante Sankara tratou de surrar o agente Chilandala com uma mangueira de água, enquanto o ia molhando para causar maior dor. Ninguém impediu a brutalidade do chefe.
O referido oficial é bastante conhecido pelos seus métodos medievais de espancamento. Em Janeiro passado, o comandante Sankara zurziu as nádegas molhadas de um cidadão, conhecido apenas por Zé, que até à data presente se queixa de dores.
“Esse oficial é tão bruto que, quando ele está de serviço, não fica no gabinete, mas faz de oficial de dia para tratar pessoalmente das queixas e espancar quem ele julga ter culpa, ali mesmo na unidade”, reclamou um agente.
Maka Angola tentou, sem sucesso, contactar pessoalmente o comandante Sankara. Todavia, soube junto do comando provincial do Huambo, que as queixas apresentadas contra o comandante municipal do Ukuma foram ignoradas pelo departamento provincial de inspecção.
Fonte: MakaAngola