A crise que a CASA-CE atravessa não é algo de mau porque serve para clarificar os estatutos internos do partido e as “diferenças que possam existir”, disse o presidente da Convergência Ampla de Salvação de Angola - Coligação Eleitoral, Abel Chivukuvuku.
Falando no programa “Angola Fala Só” Chivukuvuku disse que existe “uma luta pelo poder” em que se estão a usar “outros subterfúgios”.
Cinco partidos que formam a coligação pediram maior paridade a nível dos responsáveis provinciais e municipais e ainda 20% dos recursos financeiros da coligação.
“Há pessoas que vêm para a política para servir o cidadão, há pessoas que vêm para a política para verem se resolvem os seus problemas materiais da vida”, disse Chivukuvku para quem há também diferenças “sobre a força normativa” dos estatutos da CASA-CE.
“O que é que tem primazia em termos de regras? É a vontade dos presidentes dos partidos ou são os estatutos aprovados no congresso de 2016?”, interrogou.
O presidente da CASA-CE disse ter sido ele que sugeriu aos partidos que fizessem recurso ao Tribunal Constitucional para esclarecer estas questões embora tenha afirmado mais tarde no programa não acreditar que o Tribunal Constitucional se pronuncie já que este não responde a questões apresentadas por indivíduos.
Para Abel Chivuvuku “entre todas as organizações é normal haver crises”.
“Não temos medo de fazer frente aos problemas”, disse acrescentando que “o importante é a serenidade e o diálogo para se resolver os problemas”.
Abel Chivukuvuku admitiu no entanto que a crise dentro do partido pode prejudicar a imagem da CASA-CE pois qualquer partido precisa de ter a confiança do eleitorado.
O presidente da CASA-CE acusou o deputado David Mendes e a Rádio Despertar de serem responsáveis pela “calúnia” de que o diferendo se devia a um alegado desvio de 15 milhões de Kwanzas ou de dólares.
Isso foi negado pelos próprios dirigentes partidários em disputa com a direcção da CASA-CE e o presidente da coligação disse que na próxima semana entrará em tribunal com uma acção contra David Mendes e a Rádio Despertar por calúnia.
Essa acusação “não me preocupa porque não tenho receios quanto à minha imagem”, afirmou.
“Sou transparente como a água”, acrescentou.
Interrogado sobre as eleições autárquicas o presidente da CASA-CE manifestou-se contra o princípio defendido pelo governo de gradualismo geográfico, defendendo “uma plataforma única da oposição” para as diferentes autárquicas.
Abel Chivukuvuku revelou ter havido uma reunião há poucos dias com os dirigentes da UNITA, PRS e FNLA para se discutir essa e outras questões de interesse comum.
Durante o programa o presidente da CASA-CE afirmou que a presidência de João Lourenço nada de novo trouxe ao país.
“A luta contra a corrupção é uma falácia”, disse afirmando que a corrupção continua bem como a má gestão dos recursos.
Os angolanos devem recordar-se que é o MPLA quem governa o país e que desde a independência continua no poder .
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Fonte:VOA