Em destaque Leonel Gomes, Secretário Executivo (foto arquivo) |
Luanda - O Presidente da Convergência Ampla de Salvação
de Angola - Coligação Eleitoral (CASA-CE), Abel Epalanga Chivukuvuku, empossou
o Secretariado do Executivo Nacional do seu Partido, na manhã de 6 de Junho do
corrente ano num dos hotéis da cidade capital. Este órgão que tem a incumbência
de velar pela linha politica e ideológica, bem como a materialização de seus
objectivos, conta com 20 secretariados e é coordenado por Leonel Gomes, na
qualidade de Secretário Executivo Nacional, coadjuvado por David Kisadila.
Por Luísa Pedro
O
cerimonial, breve, conciso e expressivo, serviu para legitimar os 20
proeminentes membros da CASA-CE nas vestes de Secretários Nacionais do
Executivo, já nomeados no dia 05 de Abril, logo na sequência do I° Congresso
Extraordinário, realizado nos dias 2, 3 e 4 de Abril de 2013, na Tenda de
Conferências Internacionais de Talatona.
Na
ocasião e depois de terem sido apresentados um à um e de terem assinado o Livro
Protocolar da Ordem de Serviço, o Presidente aproveitou o ensejo para deixar
algumas palavras de reflexão e linhas orientadoras, numa espécie de guia de
conduta e acção de todos aqueles que doravante estarão a testa destes órgãos
reitores do Secretariado Politico do Executivo Nacional, lembramos, capitaneado
pelo Dr. Leonel Gomes.
Na
presença dos órgãos da Comunicação Social, Chivukuvuku manifestando preocupação
pelo clima de insegurança que se vive com realce para os últimos tempos, começou
por solicitar a augusta assembleia a prestação de um minuto de silêncio em memória
dos três polícias e dois compatriotas membros da UNITA que também foram
barbaramente assassinados em Cacuaco em Luanda e endereçou condolências aos
familiares dos três polícias e os dois dirigentes da UNITA mortos por elementos
ainda desconhecidos. “Apesar de serem cinco cidadãos angolanos pais de famílias,
maridos e que deixam as suas famílias hoje enlutadas e desprotegidas, é uma
preocupação a dois níveis”, disse o Presidente da CASA e continuou:
- De um lado porque se começa a notar um nível crescente de
criminalidade e que dá indicadores de problemas decorrentes do contexto social
que o país vive, de extrema pobreza, desigualdades sociais.
- Do outro, também indicadores de fraquezas dos valores
morais, espirituais que fazem com que as pessoas perpetuem coisas inacreditáveis
como aconteceu com a gerente do Banco Millenium, Barbara de Sá Nogueira, um
crime inaceitável. É esse nível de preocupação quanto ao acréscimo e subida da
criminalidade não só em Luanda, mas em todo país.
É
extrema preocupação se é que estamos outra vez a embarcar em crimes de natureza
politica. Precisamos de garantir ao país estabilidade; precisamos de garantir
ao país serenidade para que todos possamos trabalhar no sentido de fazermos face
aos grandes desafios que o país tem e para os quais o regime tem demonstrado
falta de vocação e falta de visão. Agora, se acrescermos aos problemas que já
temos, são problemas estruturais da sociedade, mais outros problemas que mais
dificuldades estão a criar na própria evolução do país. Espero que haja
responsabilidade para que todos possamos abordar os nossos problemas com
responsabilidade. Os próximos tempos temos intenção de dialogar com as
entidades do nosso país para podermos abordar todas estas questões.
Quanto
as acusações feitas pela UNITA à polícia nacional, ainda não temos dados. É
possível que a UNITA tenha dados, mas não nos comunicaram, não temos dados que
possam confirmar. Só esperamos que não estejamos a voltar outra vez para um
ambiente de crimes políticos. É verdade porque já temos muito trabalho a fazer
para combater a criminalidade comum, e a criminalidade comum não se combate só
com a repressão como o ministro do interior Ângelo Veigas veio a público dizer,
tem que haver medidas de ordem politica, económica, social estrutural para
fazermos com que todo cidadão tenha espaço de realização e não precise de
reverter a criminalidade.
Depois
do minuto de silêncio, Abel Chivukuvuku dirigiu-se aos secretários nos
seguintes moldes:
Vou
dedicar breves palavras para os recém empossados. Em primeiro lugar para
felicitar a todos os que assumem hoje responsabilidades do Secretariado
Executivo da CASA-CE e exortar para que cada um com responsabilidade assuma
totalmente a sua área de acção.
O
dirigente da CASA-CE tem que saber representar condignamente a direcção da CASA
e os ideais da CASA-CE;
O
dirigente da CASA, tem que ter a capacidade de entusiasmar seus subordinados e
os sues colaboradores;
O
dirigente do Secretariado Executivo tem que ter capacidade e preocupação
permanente para garantir a coesão no seio da nossa coligação e sobretudo
desenvolver práticas de diálogo sempre que haja diferença e diferendos;
O
dirigente da CASA-CE tem que ter a capacidade de planificar e organizar
periodicamente as actividades e desenvolver de acordo com os objectivos
superiormente estabelecidos; não pode haver improvisações que não iremos
tolerar;
O
dirigente da CASA-CE tem que ser activo e trabalhador, mas também tem que saber
delegar tarefas já planificadas aos seus subordinados e colaboradores. Ninguém
pense que pode fazer tudo sozinho. Trabalhando juntos podemos produzir melhor;
O
dirigente da CASA-CE tem que saber dinamizar e acompanhar a execução das
actividades planificadas. Não chega planificar porque é teórico. Importa saber
teorizar, mas depois transformar na prática a execução daquilo que for
teorizado;
O
dirigente da CASA-CE, depois de planificar, depois de dinamizar a execução tem
que ter capacidade de verificar, controlar e balancear periodicamente o nível
de execução das actividades estabelecidas;
O
dirigente da CASA-CE, tem que saber gerir com transparência os parcos recursos
disponíveis e prestar contas da execução financeira e patrimonial. Não chega
falarmos; temos que ser exemplo daquilo que nós dizemos;
O
dirigente da CASA-CE, tem que ser um permanente defensor dos interesses do
cidadão. A CASA só tem sentido de existir se for para lutar pelos profundos
interesses do cidadão e dos mais desfavorecidos em particular;
O
dirigente da CASA-CE, tem que se assumir como a voz dos que não têm voz. O
simples angolano que no mais recôndito espaço do território nacional não tem
voz para defender os seus interesses. A voz dele tem que ser o dirigente da
CASA-CE;
O
dirigente da CASA-CE, tem de servir de exemplo aos seus colaboradores e
subordinados. Não basta ser chefe, mas sim a autoridade advém do exemplo que se
transmite pelo trabalho, irmandade e de abertura para abordagem de todos os
assuntos da vida da nossa organização;
O
dirigente da CASA-CE, tem que ter boa imagem e credibilidade junto do cidadão
eleitor.
Esses
são, de entre outros os pressupostos de postura e o papel que esperamos de
todos vós e através do qual também todos aqui colectivamente julgaremos as
vossas acções e as vossas actividades.
Temos
enormes desafios nos próximos tempos. A CASA-CE representa hoje a expectativa e
a esperança do cidadão. Cabe a todos vós dirigentes da CASA-CE fazer com que
esta expectativa não seja gorada, mas se realize a curto prazo.
Temos
o desafio de sermos o factor relevante da vida politica nacional em 2015, nas
eleições autárquicas, mas temos também o desafio de ser o factor determinante
da vida política nacional a partir de 2017. Para que possamos ser um factor
relevante 2015 e factor determinante em 2017, a CASA estabeleceu os cinco eixos
estratégicos da sua acção:
1º
Participação qualitativa _ em todos os nossos actos, em todas as nossas
actividades, em todos os órgãos do Estado onde estamos, por sermos ainda
pequenos, temos que demonstrar participação qualitativa e a nossa grandeza tem
que vir da qualidade da nossa participação.
2º
Crescimento_ como é do vosso conhecimento, concordamos todos no Congresso
Extraordinário realizado em Abril deste ano, que a CASA tem que crescer e
atingir em Dezembro de 2014 mais de dois milhões e quinhentos mil novos
membros. Essa é tarefa de todos, mas fundamentalmente do Secretariado Executivo
Nacional, através das campanhas periódicas de recrutamento de novos membros e
apresentar balanços periódicos.
3º
Transformação_ tal como vem estabelecido nos Acordos Constitutivos reafirmado
durante o I° Congresso Extraordinário, a CASA-CE, hoje Coligação vai se
transformar até Abril de 2016 em Partido político. Para tal, o Conselho
Presidencial já iniciou a estruturação do calendário de preparação das forças
politicas, hoje parte da CASA. Assim, o Palma vai realizar em Agosto deste ano
o seu Congresso de preparação para a transformação. O PPA vai também fazer o
seu Congresso de preparação para transformação em Setembro deste ano.
4º
Consolidação_ não basta estruturarmos teoricamente, não basta indicarmos os
responsáveis dos pelouros, não basta termos os secretários provinciais se a máquina
não for funcional. É preciso consolidar as estruturas para que elas ganhem
funcionalidade que possa garantir a materialização dos programas e atingir os
objectivos nos prazos estabelecidos.
5º
Afirmação_ a CASA-CE tem que se afirmar no firmamento político nacional como a
força politica, esperança dos angolanos e capaz de estruturar a transformação
positiva ordeira pacifica que o país precisa. Nos próximos tempos, é inevitável
a mudança em Angola, mas é preciso garantirmos que a qualidade dessa mudança
seja positiva, ordeira e pacífica e também fazermos com que a CASA-CE seja o
factor determinante desta transformação.
É por
isso que reitero mais uma vez os parabéns aos companheiros indicados, mas
fiquem a saber que só o trabalho determinara se foi a escolha certa neste
momento. Obrigado!
Via
Club K
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