COMUNICADO
1- A CASA-CE está preocupada
com a grave carência alimentar e a seca que afecta mais de um milhão de
angolanos, nas províncias do Huambo, Bié, Kwanza-Sul, Huíla, Benguela, Zaire,
Bengo, Moxico, Namibe e Cunene.
2- A CASA-CE recorda o alerta
feito em Maio de 2012, aquando da divulgação do relatório de avaliação do
Ministério da Saúde de Angola, com
o apoio das Nações Unidas que revelava que cerca de 533 mil crianças com idade
inferior a 5 anos encontravam-se
em situação de má-nutrição aguda, mais de 100 mil das quais nas
províncias do Huambo e igual número no Bié.
O
mesmo relatório que estimava-se que cerca de 22 mil crianças morreriam de fome se não fosse tomada uma medida
de emergência.
Apesar do SOS lançado na
altura e lamentavelmente, não se conhece até ao momento qualquer acção do
governo de Angola visando evitar que mais
mortes das crianças ocorram!
3- A CASA-CE alerta que a situação mais dramática é
presentemente vivida no município
dos Gambos, na província da Huíla, afectando especialmente as comunidades
Muhacavonas e Mucubais, onde as reservas alimentares se esgotaram há meses.
Nesta
região do sul do nosso país, o número de
óbitos aumenta consideravelmente, situação que afecta maioritariamente
as crianças. O gado, principal
fonte de sustentação dessas comunidades, esta igualmente afectado pela crise da
seca provocando a morte massiva.
4- A CASA-CE considera ser
inadmissível e até intolerável, a falta de patriotismo do actual governo, que
não implementa acções para estancar as mortes das crianças, nem providencia uma
ajuda alimentar de emergência.
Só
para recordar, este é o mesmo
governo que, inactivo e silenciosamente para com os angolanos, desencadeou uma
grande acção de solidariedade para as populações vitimas da fome na Somália,
com ampla publicidade nos meios de comunicação social público.
5- Esta é uma indiferença
cujas consequências poderão conduzir ao desastre humanitário, num país sem
guerra, e de propalado crescimento económico, onde o partido
no poder e o governo gastam em vaidades e sem prestar contas, desmesuradas
somas de dinheiros públicos, em
projectos paliativos de betão e asfalto, na maior parte dos casos porque rendem
de corrupção milhões de dólares,
ao passo que não salva vidas de crianças que são o futuro do país.
De
nada valerá a exaltação estatística de crescimento económico tão propalado, e a
ideia de conforto na posição financeira da reserva internacional, nas suas dezenas de milhares de milhões de dólares.
6- Nos seus Princípios de
Programa de Governação, a CASA-CE relembra o destaque que deu ao
desenvolvimento da agricultura e a criação da segurança alimentar, visando eliminar em definitivo as
situações dramáticas de pobreza e de fome que afectam a maioria dos angolanos,
causada pela gestão ruinosa e
discriminatória do actual governo, aliada a uma administração pública débil.
7- Reiterando que vai fazer
constar da abordagem pública este assunto, sobretudo para que não adormeçam os
actuais governantes enquanto morrem crianças de fome, a CASA-CE junta a sua voz, ás vozes das organizações humanitárias, e deixa o seu apelo à
sociedade civil e às igrejas, para a mobilização no esforço de salvação das
crianças, vitimas desta contrastante situação.
8- Para assinalar sua solidariedade para com todos os que
sofrem, nos moldes que oportunamente comunicará, a CASA-CE está criar as
condições internas para que seus
membros e todos quantos queiram
fazê-lo, dediquem tempo de
reflexão sobre as vítimas de fome.
Luanda, 27 de Setembro 2012
TUDO POR
ANGOLA
UMA ANGOLA
PARA TODOS
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