10/11/14

Declaração da CASA-CE sobre o dia 11 de Novembro

DECLARAÇÃO POLITICA
Povo angolano;
Angola, nosso país, torrão mais sagrado, húmus do nosso ventre, comemora, neste 11 de Novembro, trinta e nove anos de Independência Nacional.
Angola,  na grandeza do seu mosaico humano e cultural, obriga a cada um e a todos, a profunda reflexão sobre o sentimento do pátrio, de certeza e convicção da identidade angolana-africana,  assente nos pressupostos  da liberdade,  do bem de todos, na Pátria  do nosso nascimento comum.     
Chegados à epopeia dos 39 anos de Independência, resultantes do esforço colectivo dos que nos precederam na história, e de  nós próprios, com influencia externa ou não, a CASA-CE entende ter chegado o momento de reflectirmos com profundidade,  sobre a trajectória das nossas opções, sem buscar culpados.
Importa, sem tibiezas, analisar se o sonho dos nossos antepassados foi alcançado na plenitude ou, se pelo contrário, nós, os continuadores da Pátria, pretendemos, simplesmente, substituir o regime colonial.
Para a CASA-CE, a Independência Nacional deve reflectir o tributo de todos os que deram o melhor de si, para a sua conquista, independentemente das cores político-partidárias, confissão religiosa, local de nascimento, identidade etnolinguística, cultural, tendo em atenção a nossa idiossincrasia.
Saibamos carrear o presente e salvaguardar o futuro, com honras aos que merecem, pelo seu papel no que representa hoje o 11 de Novembro. Que este não seja apenas um momento de convívio, de feriado, fanfarras desgarradas, mas, um momento em que a nossa angolanidade se afirme.
 Importa construir uma Angola inclusiva, de todos e para todos, não mais uma Angola de serviçais e senhores detentores do poder, pois o poder ao Povo pertence.
Construir Angola implica honrar o legado dos próceres da nossa história, como
Álvaro Holden Roberto, arauto da luta armada de libertação de Angola, com o legado “LIBERDADE E TERRA”;
António Agostinho Neto, que proclamou a Independência de Angola, que todos os anos comemoramos, nesta mesma data, a quem devemos o legado de que “O MAIS IMPORTANTE É RESOLVER OS PROBLEMAS DO POVO”, e
Jonas Malheiro Savimbi, promotor da democracia ainda formal e apenas representativa, com o legado de “1º O ANGOLANO, 2º O ANGOLANO, 3º O ANGOLANO, O ANGOLANO SEMPRE”.
A CASA-CE entende que no respeito pelos feitos de todos, sem primazias de uns contra outros, Angola estará redimida das feridas no seu tecido social, e, pronta actuar, no concerto das Nações, como parceira importante.
Valorizados na nossa identidade, seremos mais fortes, porque teremos Angola e os angolanos no epicentro dos nossos interesses colectivos e, pulsaremos Angola como o mais importante para todos, para além das convicções político- partidárias, porque sentiremos sem sofismas que “com Angola somos e seremos tudo, sem Angola, seremos eternamente nada”.
Nesta conformidade, a CASA-CE, saúda efusivamente o Povo angolano de Cabinda ao Cunene, do litoral ao leste, em especial aos bravos Antigos Combatentes e Veteranos da Pátria, pela ousadia, coragem, persistência e tenacidade demonstradas na luta pela nossa Independência, e exorta a todos os angolanos, a manter a mesma firmeza, na preservação da Paz, na luta pelas liberdades fundamentais, para o exercício pleno da cidadania, com vista à construção efectiva do Estado Democrático de Direito, em que, todos se revejam, porque alicerçados nos pressupostos da Constituição e da Lei e não mais, na vontade de alguns que se pretendem acima de tudo e de todos.
A independência nacional que temos a honra de comemorar, nunca foi, não é, nunca será, apanágio de um partido político, mas a expressão profunda do sentimento generalizado do nacionalismo angolano, assente nas ideias da realização da dignidade da pessoa humana, no nosso berço comum, Angola.
A CASA-CE, almeja festejar hoje, agora e sempre, um 11 de Novembro, que tenha no angolano, o factor fundamental na concretização efectiva dos anseios e expectativas de todos, assentes nos pressupostos da Justiça, da Solidariedade e do Amor ao próximo, com vista ao desenvolvimento sustentado e integral, que ponha termo às vergonhosas assimetrias regionais, acentuadas pelas opções políticas que nos têm conduzido à desgraça, em benefício de uma minoria que se alvora ao novo-riquismo sem limites. Sejam bem vindos os ricos, mas alcandorados no trabalho sério e honesto e não, os delapidadores do erário comum.
Num momento em que as más opções políticas, têm conduzido a que a economia de Angola se situe num perfeito enclave petrolífero, descurando a grandeza dos sectores agro-pecuário, de prestação de serviços, turismo e indústria, fundamentalmente a transformadora, nos têm conduzido a uma situação tal, que a recessão económica ainda não quantificada (que irá afectar sobremaneira os maioritariamente pobres), se avizinha inexoravelmente. Imperioso se torna que quem nos representa, saia do pedestal em que se encontra (de que é o detentor do conhecimento e da verdade absoluta), para partilhar mais e ouvir um pouco, os parceiros sociais e aqueles que erradamente entende serem os seus inimigos preferenciais.
TODOS POR ANGOLA-UMA ANGOLA PARA TODOS
Luanda, aos 11 de Novembro de 2014.
O CONSELHO PRESIDENCIAL

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