13/05/13

CONTINUAM AS VIOLAÇÕES E RAPTOS

COLIGAÇÃO  INSTA EXECUTIVO 
A RESPONDER NZITA TIAGO



NOTA DE IMPRENSA
DATA: 13/05/2013

Parte do mapa de Angola, com o saliente Cabinda
A CASA-CE tomou conhecimento, através dos meios da Comunicação Social, da proposta da FLEC   de Nzita Henriques Tiago, de renunciar à guerra para negociar com o Governo Angolano, iniciativa  esta que a CASA-CE  sempre privilegiou, apesar do atraso com o qual a decisão foi tornada pública.

Esta decisão vem, mais uma vez, demonstrar o clima de insegurança e de  instabilidade política, com destaque para as acções armadas de guerrilha, embora de baixa intensidade, desenvolvidas pela FLEC na região; os raptos e assassinatos, nos países vizinhos, de elementos afectos à FLEC; presos políticos a nível local e no estrangeiro; assassinatos, casamentos forçados  e violações de mulheres por parte das Forças Armadas Angolanas, para além do impedimento que impende sobre os populares de frequentarem as suas lavras: situações que a província de Cabinda ainda vive, apesar da assinatura do memorando de entendimento para a paz em Cabinda, no Namibe, em 2006, entre o FCD  ( Fórum Cabindês para o Dialogo) e aliados, representados por António Bento Bembe, e o Governo angolano.

A CASA-CE foi informada recentemente do assassinato de Pauline Lelo, de nacionalidade congolesa, na localidade de Nzassi, distrito de Ponta Negra/ Congo Brazzaville, proximidades da  fronteira de Massabi, depois de ter sido violada por três elementos das Forças Armadas Angolanas.

Uma outra senhora, Adelaide Paca, acompanhada de sua filha menor de 8 anos de idade, de nome Isabel, sofreu tentativa de violação na lavra, na localidade  de Chicamba, na Comuna de Massabi, onde foi encontrada  por elementos das FAA. O militar mandou despir a senhora assim como ele próprio também, mas o pior já não aconteceu por razões inerentes à natureza humana. Salva in extremis por causas fortuitas, a  senhora, como lesada, reportou  o facto  ao Administrador comunal local, logo a seguir à tentativa de violação, apresentando a este todo o equipamento do agressor, com excepção da arma.

Por estes e outros factos, a CASA-CE apela ao Executivo Angolano a responder à proposta apresentada por aquela força política e  reitera a sua visão política sobre Cabinda, assente  sobre um debate aberto, franco e inclusivo para todas as partes do conflito, assim como das sensibilidades que sempre reivindicaram a identidade  de Cabinda.

A CASA-CE, através da sua bancada parlamentar, propõe que a Assembleia Nacional se meta de acordo sobre o estatuto político  a atribuir a Cabinda e que este estatuto esteja consignado na Constituição da República de Angola, evitando assim que cada partido político angolano tenha a sua agenda sobre o caso, lançando as bases para um diálogo abrangente com todas as sensibilidades que compõem a sociedade cabindense.

Como terceira força política no Parlamento, a CASA-CE propõe que as negociações estejam à altura de resgatar não só a identidade político-administrativa e cultural de Cabinda, mas também que os presos políticos, tanto ao nível local como no estrangeiro  (no caso vertente, Artur Tchibassa, condenado a 24 anos de prisão, nos Estados Unidos de América), sejam libertados, a fim de proteger a vida e acabar com a violência gratuita que tem posto em causa os direitos humanos dos angolanos nesta província, e reduzir os efetivos militares na região.


Tudo por Angola

Uma Angola para todos
Cabinda, 13 de Maio de 2013
O Secretariado Executivo Provincial

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