"Memorando de Desenvolvimento da Actividade do Executivo Angolano
I trimestre de 2012"
QUESTÃO
PRÉVIA:
“Pelos
frutos conhecereis a árvore”.
Este
ensinamento de Jesus Cristo permite conhecer a essência do actual Executivo, em
escamotear a realidade dos factos.
Abel Chivukuvuku, Presidente da CASA-CE, durante a comunicação nesta segunda-feira |
O
país vive uma situação de crise real, pese relatórios e dados estatísticos
apontarem um crescimento económico, invisível para a maioria dos autóctones. O
crescimento propalado, pelo executivo e apoiado por certos órgãos internacionais,
assenta na exportação de petróleo bruto, omitindo, como é óbvio, a ausência de
desenvolvimento social.
Em
todas as esquinas geográficas do país, diariamente, aumenta o número de pobres
face ao desemprego galopante, muito pelo fecho de cerca de 15 a 20 unidades
empresariais, em todo o espaço nacional.
Ao
que parece estes autóctones não fazem parte da estatística governamental, tanto
que não fazem parte do “Memorando de Desenvolvimento da Actividade do Executivo
Angolano” no 1º trimestre de 2012 apresentado pelo Exmo Ministro de Estado da
Coordenação Económica, Engº Manuel Vicente.
A CASA – CE se fosse preconceituosa e, “ab initio”, não daria qualquer credibilidade a um documento –
efectivamente “valioso” pelas mais diversas razões e apresentado por um quadro,
alcandorado, num de repente, ao segundo patamar da hierarquia executiva.
II – DO MEMORANDO
A CASA – CE leu e analisou repetidas vezes o “Memorando de Desenvolvimento da Actividade do Executivo Angolano” no
1º trimestre de 2012 e a síntese
feita pelo Ministro de Estado da Coordenação Económica, no dia 10 de Maio, onde
mais uma vez o Executivo, mandou bugiar as demais instituições e os cidadãos ao
não colocar o “Memorando” a disposição pública, porquanto só o conseguimos
encontrar e com bastas dificuldades no site http://db.tt/DcuuQXfG e assim produzir as
pertinentes observações.
III - DA ANÁLISE
A
CASA – CE, saúda o facto do Executivo ter respondido a sua
sugestão, feita no dia 05 de Maio, quanto a instituição responsável pela
apresentação dos relatórios de balanço da acção governativa.
Agora ficámos a saber, que já não será feita, pelos
ministro de Estado e Chefe da Casa Civil e ministro da Administração do
Território, que denotava uma clara descoordenação, mas doravante será o novo
ministro de Estado da Coordenação Económica, Eng.º Manuel Vicente a
apresentá-lo.
No entanto a CASA
– CE continua a considerar que o Executivo persiste em seguir uma
estruturação confusa na elaboração de um documento de importância
transcendental para a vida dos angolanos e do País, tudo por não ter um claro “PROJECTO – PAÍS”, numa deliberada
intenção de confundir a opinião pública com fins inconfessos.
E se dúvidas houver, basta verificar a falta de
concordância entre determinados pontos do “SUMÁRIO
EXECUTIVO” com os dos capítulos que supostamente deveriam trazer assuntos
melhor desenvolvidos e clarificados vide, Ponto
26 (do sumário executivo) com o plasmado
nos Pontos do item 6.5 do Capítulo 6 (DOMÍNIO DA AGRICULTURA E DESENVOLVIMENTO
RURAL).
O Ponto 26 espicaça a curiosidade de quem se quer
informar sobre a “Execução do Executivo” no domínio da Agricultura. Fica
frustrado quando lé o item respectivo, ie, o 6.5, porquanto;
a) O
capítulo II dedicado às FINANÇAS PÚBLICAS e à POLÍTICA MONETÁRIA, faz uma
salada típica à maneira do Executivo Angolano. Não apresenta o despesismo das
contas públicas com um governo pesado e subsídios intermináveis aos seus
titulares. As contas com os ministros superam os subsídios a que deviam ter
direito os REFORMADOS E ANTIGOS COMBATENTES;
b) O
mesmo “handicap” estrutural constata-se no item 4.2.4 do capítulo 4 que,
dedicado à ADMINISTRAÇÃO DO TERRITÓRIO,
acaba por fazer referências apenas aos
mui conturbados DESENVOLVIMENTOS GERAIS DO REGISTO ELEITORAL, sendo clara, para
a CASA - CE, as intenções do Executivo do Presidente José Eduardo dos Santos ao
dedicar 04 páginas a um processo de registo eleitoral todo ele eivado de
irregularidades e atropelos à lei em vigor.
c) O
CAPÍTULO 6, já referido, está dedicado ao SECTOR PRODUTIVO e é o mais extenso.
Nele a “salada” é ainda mais rica, tal é a arbitrariedade na arrumação dos
assuntos. Por exemplo, o item 6.5 dedicado ao DOMÍNIO DA AGRICULTURA E
DESENVOLVIMENTO RURAL tem como ponto principal o programa de repovoamento
florestal e a exploração de madeiras que interessa em primeiro lugar às
Empresas Chinesas…, com todos os incentivos concedidos pelo gabinete de
reconstrução nacional da Presidência da República e falta de incentivos aos
empresários angolanos. Quanto ao item 6.5.3 dedicado ao subdomínio das Pescas
fala apenas da prioridade aos programas de incentivo alargado às áreas de
produção de sal e à indústria do peixe seco!... Mas o estranho é de não se
referir ao encerramento danoso e doloso das salinas de Cacuaco, agora
transformada em terras para condomínios habitacionais, beneficiando
exclusivamente, empresários ligados ao partido do poder: MPLA e onde se
incrementa a indústria do peixe, se no Tombwa, Benguela e Luanda, os angolanos
estão desempregados, por falta de incentivos do executivo, que aposta, mais nos
empresários estrangeiros, na maioria sócios de governantes.
IV – DO CONTÉUDO
Da síntese apresentada pelo Ministro de Estado Manuel Vicente.
A CASA – CE, salvo melhor
opinião, notou, com tristeza ter havido na apresentação do Memorando, uma maior
preocupação na exaltação bajuladora da figura do senhor Presidente da
República, cada vez mais afastado das reais dificuldades da maioria dos
angolanos, do que do desempenho de um colectivo governamental, com
responsabilidades públicas.
E foi com este norte que o
ministro Manuel Vicente, apresentou o “Memorando” como “o compromisso que o Governo de Angola liderado por Sua Excia o senhor
presidente da República Engº José Eduardo dos Santos assume em relação à
transparência das suas acções, o que é uma prova inequívoca de quanto a nossa
democracia cresce, se consolida e amadurece”.
Uma autêntica pérola da
mentira. Pois os actos governamentais se fossem transparentes, todos saberíamos
como os filhos do presidente da República, cujo “pai já era pobre e encontrou a
pobreza desde o tempo colonial”, estão milionariamente a enriquecer, tal como
membros do seu gabinete.
A síntese do ministro foi
por consequência, uma apologia política ao “Memorando do Executivo”, tanto mais
que o último dos quatro “destaques” apresentados por Manuel Vicente versa sobre
o que considera ser um “trabalho eficiente realizado pelo MAT no processo de
registo eleitoral”.
A CASA – CE não tem dúvidas
quanto a eficiência do MAT, mas trata-se de uma eficiência partidocrata e
assente na batota, pois viciou todo o sistema, privilegiando a máquina
exclusiva do MPLA, que sem esta política baixa, não tem cultura de ir ao jogo
democrático de forma transparente e imparcial, logo de aceitar a vontade
legítima dos cidadãos.
V – DAS CONTROVÉRSIAS
1.
A CASA – CE considera que a acção
governativa de quem se diz democrata deve ser diferente de “LOBOCRATAS”,
porquanto notou-se no novel ministro da coordenação económica, a contaminação e
extensão da megalomania e completa ausência de humildade, apanágio deste
executivo, que cada vez mais demonstra não governar para a maioria dos
angolanos, mas para uma minoria, com base no controlo, por parte do Presidente
da República das três oligarquias: a militar, a financeira e a política.
E se dúvidas houvesse, quanto a falta de humildade, que
colide com a realidade quotidiana, em, que muitos quadros se confrontam com o
desemprego e baixos salários, confrontemos a seguinte citação plasmada no 5º
parágrafo da síntese: “ASPECTO DE MAIOR
IMPORTÂNCIA DO MEMORANDO RESIDE NO FACTO DE A ECONOMIA ANGOLANA APRESENTAR JÁ
CLAROS SINAIS DE RECUPERAÇÃO, NUM MOMENTO EM QUE A MAIOR PARTE DO MUNDO AINDA
SENTE OS EFEITOS DA CRISE ECONÓMICA.”
É a mania das grandezas no pico da sua presunção.
No parágrafo imediato , como que pavoneando-se diz que “MESMO NESTE CENÁRIO ADVERSO PARA A
ECONOMIA INTERNACIONAL, ANGOLA OBTEVE BONS RESULTADOS…”.
A CASA - CE informa a
opinião pública nacional e internacional que os “sinais claros da recuperação”
não são mais que o resultado de dois únicos factores:
a) Em
primeiro lugar a alta do preço do barril de petróleo cujas receitas,
efectivamente são do domínio exclusivo do Presidente da República, do ministro
Manuel Vicente, de José Filomeno dos Santos (filho do Presidente da República),
um jovem milionário aos 34 anos de idade, na qualidade de administrador
principal do FUNDO DO PETRÓLEO e do PCA da SONANGOL.
b) Em
segundo lugar as negociatas com os financiamentos da República Popular da
China, cujos meandros são de exclusivo conhecimento do Presidente da República,
do General Manuel Hélder Vieira Dias Júnior “Kopelipa”, na qualidade de chefe
da Casa Militar e do novo ministro da Coordenação Económica, Manuel Vicente.
Com este figurino nebuloso, a CASA - CE denuncia o facto
do actual executivo, na ânsia da manutenção do poder pela força da batota e da
fraude, estar a hipotecar as próximas três gerações de angolanos, sem que para
isso houvesse um amplo consenso nacional, como se exige em democracia.
Infelizmente estando estes preceitos distantes do nosso quotidiano, só resta
que os eleitores em Setembro de 2012, possam dar um sinal claro de MUDANÇA,
votando em angolanos comprometidos com o bem-estar da maioria (CASA – CE) e não
de uma minoria que enriquece (aliados do presidente da República), sob os
escombros da pobreza e indigência dos milhões de angolanos, que vivem com menos
de um dólar/dia.
A CASA – CE acredita que a
arrogância de Manuel Vicente, um quadro que lhe reconhecemos certa competência,
dever-se a própria máquina do regime, tanto que escamoteou o facto de sem o
petróleo bruto, sem “know how” e tecnologia estrangeiras a operar nas sondas
angolanas, não existiriam tais sinais de recuperação da economia, mesmo que os
membros do executivo se banhassem nas águas dos maiores feiticeiros ou
alquimistas.
Sem “Know how e tecnologia
liderada por angolanos e sem produção interna de quaisquer bens consumíveis, só
mesmo a MEGALOMANIA pode levar o Executivo a fazer acreditar implicitamente que
os “sinais claros de recuperação” da economia decorrem do seu desempenho…
Ademais, a chamada
angolanização é uma mentira, pois na maioria dos casos os quadros angolanos são
humilhados e despedidos a bel prazer, das empresas estrangeiras, com a
conivência de determinados escritórios de advogados, juízes e procuradores do
Tribunal de Trabalho, que, na maioria, sempre defendem os dólares dos mais
fortes, com base no tráfico de influência e suborno.
Manuel
Vicente disse ter havido um aumento em 3,93% das “nossas reservas
internacionais líquidas”, mas omitiu, deliberadamente, o total de tais reservas
antes e depois;
-
disse também haver uma “tendência para uma maior diversificação das nossas
actividades produtivas”, fazendo alusão à conclusão do “processo de instalação
de mais 07 unidades fabris na ZEE”, sem mencionar os custos, os investidores e
os ganhos dos cofres públicos, com tais empreitadas, tão pouco mencionou a
vocação de tais unidades.
- O
ministro acrescentou ainda que: “passo a passo estamos a diversificar a nossa
economia” e documenta o facto com o recurso a “um acréscimo em 18%” nas
receitas tributárias não petrolíferas e queda-se por aí.
O
ministro sabe, que as Alfândegas estão a serviço dos ricos, pois todos os dias
aumentam os impostos contra os pobres, como forma de os impedir a actividade
económica. Hoje existe uma burocratização excessiva para a importação e
desalfandegamento de mercadorias, tal como a absurda imposição de os pobres
agora, não poderem importar viaturas de acordo com o seu rendimento. O
objectivo hoje está claro, não era para impedir a importação de carros velhos
ou sucatas, mas sim estrangeiros para as Stands de vendas de viaturas onde os
dirigentes do MPLA e do staff presidencial são sócios.
Por esta razão a CASA – CE
alerta a opinião pública angolana para o significado exacto da omissão de dados
nos documentos de importância vital para a vida do País como é um relatório do
Executivo.
VI – DAS CONTRADIÇÕES DO MEMORANDO
DO EXECUTIVO
(http://db.tt/DcuuQXfG)
O primeiro ponto a reter é
de este documento estar “escondido” em http://db.tt/DcuuQXfG,
numa clara demonstração de o Memorando deixar de estar “à disposição de todo
cidadão angolano porquanto o acesso à tecnologias de informação (internet),
abrange uma pequenina fracção da população, reconhecido aliás pelo próprio
Presidente da República. Assim a CASA – CE insta o Governo a publicá-lo também,
como noutras ocasiões, no Jornal de Angola, aliás um órgão público, que exalta,
quase exclusivamente os feitos do regime.
A) DO CAPÍTULO 5 – SECTOR SOCIAL
1.Ponto
5.2.1 – Domínio da Educação
O Executivo realça a construção de escolas e esquece o
fundamental. Em 1º lugar o facto de existirem escolas construídas quase
completamente sem alunos, ou seja, há
escolas sem alunos e alunos sem escolas facto que se constata na
“cidade fantasma do Kilamba”.
Em segundo lugar, existe a questão da “MONODOCÊNCIA”,
unanimemente reprovada pelos profissionais do sector, pelo que sendo
perniciosa, a CASA – CE insta o executivo de Eduardo dos Santos a reconhecer
imediatamente o erro, porquanto insistir na mono docência configura uma aposta
num ensino medíocre para as nossas crianças e jovens com propósitos políticos
pois, sempre é bom, pensa Eduardo dos Santos, governar uma população de
iletrados e ignorantes.
1.
Ponto 5.3.1 – Domínio da Assistência à pessoas carenciadas e em situação de
vulnerabilidade
Neste ponto o Executivo faz propaganda, pois na verdade,
o que tem acontecido é um aproveitamento político do Presidente Eduardo dos
Santos através da “AJAPRAZ” e do
chamado “MOVIMENTO NACIONAL ESPONTÂNEO”
organizações criadas de inspiração bajuladora ao Presidente da República,
elevadas ao estatuto de “utilidade pública”, quando são de “utilidade privada”
e que só intervêm quando e onde for necessário promover a imagem do sr. José
Eduardo dos Santos.
A CASA - CE denúncia esta vergonha nacional pois, grupos
mais vulneráveis são preteridos em favor de outros. É o que acontece, por
exemplo, com a população que foi desalojada da Ilha de Luanda há mais de três
anos e se encontra abandonada no campo de concentração de tendas do Zango.
Estes cidadãos foram compulsivamente esbulhados a contento dos interesses das
negociatas no ramo da Hotelaria e Turismo, mais uma vez dos filhos do
Presidente da República.
1.
Ponto 5.4 – Domínio dos Antigos combatentes
A política virada para os Antigos Combatentes que o
Executivo de Eduardo dos Santos vem seguindo é discriminatória e contrária à
Reconciliação Nacional, pois apenas privilegia os do MPLA, em detrimento dos do
ELNA/FNLA, cujos homens destemidos, se bateram verdadeiramente a favor da
independência nacional e os das FALA.
Por esta razão e como forma de não haver convulsão
social, a CASA- CE declara-se disposta a implantar uma definição clara e um
estatuto nobre a todos os verdadeiros Antigos Combatentes, baseada no
patriotismo, no humanismo e no mérito de modos a que, figuras como Holden
Roberto, Viriato da Cruz, Mário Pinto de Andrade, Jonas Savimbi, Nito Alves,
Monstro Imortal e tantos outros mereçam o reconhecimento do País e de todos os
angolanos.
1.
Ponto 5.5 – Domínio da Família e Promoção da Mulher
Os maus tratos, os roubos e os assassinatos na via
pública, a que são submetidas as “Zungueiras” por parte do “exército de
fiscais” dos governos provinciais, demonstram
que o Executivo vem praticando, na verdade, a política da “coisificação” da Mulher em nome de
interesses partidários. Uma rápida apreciação dos vários sectores da vida nacional
permite constatar que, com uma única excepção, todas as mulheres que
desempenham funções com algum relevo são militantes do MPLA e com ligações
estreitas ao Presidente Eduardo dos Santos.
1.Ponto
5.6 – Juventude e Desportos.
O Executivo de Eduardo dos Santos não tem e, decorrente
da sua natureza, nunca terá uma política virada efectivamente para o
equacionamento dos problemas da Juventude sem “pruridos partidários”, senão
vejamos:
a) Há 36 anos depois da independência, o Governo angolano
não dispõe de nenhuma política juvenil do Estado, não obstante as organizações
juvenis, incluindo o CNJ terem já submetido dois anteprojectos de política
juvenil do Estado;
b) Volvidos 36 anos de independência, o país não dispõe
de um Instituto Nacional da Juventude capaz de ajudar nos estudos, na
investigação e no conhecimento dos reais problemas dos vários estratos juvenis;
c) Os jovens continuam a queixar-se de haver critérios
partidários para a concessão de crédito bancários, distribuição de casas,
bolsas de estudo, etc;
d) Continua a não existir uma política de Estado para a
promoção e prática desportiva nas escolas e nos Bairros, tanto assim é que o
executivo de Eduardo dos Santos, por altura do Afrobasket, construiu pavilhões
em investimentos de mais de 50 milhões de dólares e os mesmos estão às moscas,
por falta de uma política de fomento desportivo, com o caricato das chaves dos
pavilhões estarem na posse dos governadores provinciais, que para lá escalam
actividades políticas do MPLA e de certas igrejas, com o compromisso destas,
terem de “rezar, quase que exclusivamente, para este partido e o seu líder”.
e) Relativamente ao desporto profissional é uma
“balbúrdia” de todo o tamanho, pois ninguém sabe explicar, por exemplo, quais
são os critérios que norteam a distribuição das verbas e porquê é que uns
recebem mais que outros. É por estas e por outras que o CAN realizado há três
anos no País apenas serviu para a engorda das contas bancárias de uns poucos,
ligados ao partido no poder e aos estrangeiros.
1.Ponto
5.7.1 – Comunicação social.
A CASA-CE denuncia a partidarização dos órgãos públicos
de comunicação social por parte do MPLA e do seu líder, bem como todos os seus
directores e administradores, terem obrigatoriamente de ser do partido no
poder.
Neste quadro, se configura mais uma fraude eleitoral,
pois não haverá igualdade de tratamento de todos os actores políticos, bastando
ver, por exemplo, que o cabeça de lista de um partido, beneficia ainda de um
canal de televisão pública, o Canal 2, gerido pelos seus filhos, para além da
TV Zimbo, a Rádio Mais, etc, e o seu número dois, Manuel Vicente, se ter
transformado numa espécie de “Berlusconi angolano” ao ter adquirido, com fundos
públicos da Sonangol, uma grande parte dos órgãos de imprensa privados.
Até à presente data o pacote legislativo sobre a matéria
não mereceu tratamento adequado por parte dos órgãos competentes, por esta
razão, talvez o “chavão” com que Manuel Vicente iniciou a apresentação da sua
síntese configurando esta, na verdade, um grande insulto a todos os cidadãos.
Ao dizer que a apresentação do Memorando do Executivo de Eduardo dos Santos é
“uma prova inequívoca de quanto a nossa democracia cresce e se consolida”, o
ministro deveria antes explicar qual é o seu entendimento sobre democracia e
consolidação, quando:
a)Em relação a Comunicação Social, o Governo anunciou
acções relativas ao reforço da capacidade de emissores radiofónicas do grupo
Rádio Nacional de Angola, verificando-se que todas as medidas e acções
realizadas pelo executivo visam apenas expandir e reforçar o monopólio do MPLA
sobre os órgãos de comunicação social, cujo papel deveria ser, enquanto órgãos
do Estado o de informar e formar o cidadão de acordo com os postulados da
Constituição.
b)O Governo, neste trimestre continuou como sempre a
ignorar:
· a
necessidade da diversidade e liberdade de informação, pois, a expansão da Rádio
Ecclésia continua adiada, tal como a da Rádio Despertar. As únicas rádios FM
que se podem expandir, mesmo contra lei
são as ligadas ao Presidente da República e do MPLA
· a regulamentação da lei de imprensa, continua
adiado, face a tentativa da sua partidarização e a esse propósito, o ministro
Manuel Vicente mentiu descaradamente, ao dizer estar o “pacote na Assembleia
Nacional”…
· o apoio devido, pelo Estado, aos órgãos de
comunicação social privados é uma quimera, pois os dois únicos privados da
imprensa: Agora e Folha 8, não a recebem tal como as rádios Despertar e Ecclésia,
na lógica da política de discriminação.
2 – Capítulo 6. SECTOR PRODUTIVO
1.
Ponto 6.5 – Domínio da Agricultura
e Desenvolvimento Rural
O Executivo nada fez no que tange à
Agricultura. Na verdade não tem nenhum plano de amplo desenvolvimento agrário
do País tendente a uma progressiva auto suficiência alimentar.
Obnubilado, por um lado, pelas receitas petrolíferas mas,
por outro, apostado em desincentivar o surgimento de uma classe empresarial
robusta e autónoma angolana, o Executivo de José Eduardo dos Santos atira o
sector agrário para as “calendas gregas” e ainda na mão de verdadeiros
fazendeiros estrangeiros e do regime, que se apossam vergonhosa e
escandalosamente de vários milhares de hectares de terras, impedindo os
populares de a poderem cultivar.
O objectivo, claramente é político: apostar no desenvolvimento
da agricultura significa incentivar o sector privado angolano, sem coloração
partidária.
Um sector privado robusto e economicamente autónomo
criaria milhares de empregos, mas tais empregos estariam ao abrigo das
habituais chantagens do partido-Estado e isto configuraria, obviamente, uma
séria ameaça à situação.
1.Ponto
6.6 – Domínio do Comércio
Neste domínio, chama atenção o ponto 329 que
faz referência a um estudo sobre o impacto da isenção dos direitos fiscais
aduaneiros À PRODUÇÃO DE CERVEJAS.
Assim também o ponto 334 que destaca o
financiamento de 293 lojas e o licenciamento de “mais de 952 estabelecimentos
comerciais que criaram 6.669 novos empregos”.
Este Executivo deve ser
chamado a pronunciar-se com clareza relativamente aos “Nossos Supers” que a
“vox populi” afirma estarem a ser alienados a favor de interesses de Isabel dos
Santos e alguns dirigentes do bureau político do MPLA. Tudo leva a crer que o
Presidente da República engendrou o plano de construção desses “Supers”, tendo
o Estado gasto cerca de 100 milhões de dólares – que como todos se lembram mereceu larga
divulgação na TPA, RNA, JÁ e Angop, apresentados como um projecto de Eduardo
dos Santos para acabar com os altos preços dos produtos básicos, mas afinal
tudo se tratou de mais uma campanha de desvio de dinheiro público, para
enriquecer uma empresa brasileira, a ODEBRECHT, que muitos consideram estar
ligada ao Presidente Eduardo dos Santos, pela forma como se dispersa e ganha
obras sem concurso público.
Em toda esta trama contra os
angolanos, estava afinal, o plano de falência generalizada das lojas para a sua
posterior, privatização e “oferta” à uma das suas filhas e aliados
partidocratas.
Com relação à isenção
aduaneira sobre a produção de cervejas, o Executivo de Eduardo dos Santos deve
ser responsabilizado pela promoção descarada ao consumo de alcoolismo, que está
a afectar, principalmente, a juventude, uma prática sistematicamente
incentivada pelas maratonas organizadas pelo partido no poder, mas também, pelo
facto de com dinheiros públicos, injectados pela Sonangol, o MPLA ser um dos
sócios da CUCA, NOCAL, Ngola, EKA e, agora também da Coca Cola, capacidade que
lhe confere terreno para alienar e corromper a juventude e os cidadãos
incautos.
1.Ponto 6.9 – Zona Económica
Especial Luanda-Bengo.
A ZEE são o tipo de projecto
de uma “governação teatral”, pois alavancada como visando reduzir as
importações, a maioria das naves estão convertidas em armazéns de venda de
produtos importados, na lógica dos postulados de um capitalismo voraz de Estado, alheio e
distante dos cidadãos.
Sob a batuta da SONANGOL a
ZEE anda, pelo que se lê no Memorando, a fabricar materiais de construção,
paradoxalmente, a sua produção, não consegue alterar os preços desses materiais
continuam inalteráveis, tendo mesmo nalguns casos aumentado.
A CASA-CE chama a atenção da
opinião pública nacional, especialmente a classe empreendedora para o facto de
o modelo económico do Presidente Eduardo dos Santos ser um misto de inspiração
comunista de economia centralizadora e capitalismo voraz, apenas encoberta com
a capa da democracia.
Atentamente
Todos por Angola
Uma Angola parta todos
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